

Haja fôlego!
A asma é uma doença respiratória que não tem cura, mas isso não significa que o tratamento é só para as crises! Entenda como os cuidados contínuos ajudam os pacientes
por Joyce Ellen
Desde bem pequena, a diarista Francisca Maria dos Santos Araújo tem asma. Assim que saiu da maternidade e chegou em casa, recém-nascida, apresentou sinais de cansaço, respiração pesada e chiado no peito. Logo sua avó suspeitou da asma – e ela estava certa. Ainda bebê, Francisca recebeu o diagnóstico e passou a tratar a doença, como continua fazendo até hoje, aos 47 anos.
“Estamos falando de uma condição que a pessoa vai ter pelo resto da vida. Só que com altos e baixos”, explica o pneumologista Humberto Bogossian, do Hospital Israelita Albert Einstein. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a asma é uma doença crônica comum, especialmente entre crianças.
Geralmente, ela aparece em pessoas que já possuem familiares com problemas respiratórios. A asma tem um fundo alérgico — as crises acontecem quando o organismo reage de maneira exagerada a algum estímulo, que pode ser cheiro forte, excesso de poeira ou esforço físico.
Nesses momentos, os sintomas se intensificam porque partes do pulmão inflamam e ficam inchadas, o que dificulta a respiração. “É ruim até para comer, beber água e falar com as pessoas. Eu fico sem graça” conta Francisca.

Para reduzir o número e a intensidade das crises, Francisca segue as recomendações médicas, que incluem um tratamento diário e contínuo. Ainda assim, quando os sintomas vêm com tudo, ela também sabe a bombinha certa que precisa usar
Segundo Bogossian, a asma se manifesta de maneira individual. Para traçar um tratamento adequado, deve-se entender o padrão de crises e os gatilhos dela, que variam de pessoa para pessoa. “Eu preciso ver se o paciente tem crise uma vez por semana ou se são diárias. Se elas surgem em uma atividade física, se são mais noturnas”, lista o médico. É a partir de informações como essas que se estabelece uma estratégia personalizada.
Além dos medicamentos, o tratamento preventivo inclui cuidados com o ambiente em que se vive. Por exemplo: uma casa com muitos tapetes, carpetes, animais ou mofo contribui para uma crise. Já locais arejados e livres de pó são melhores para os pulmões.
Ao combinar esses cuidados, pessoas com asma conseguem viver bem. “Faz tempo que eu não tenho crises”, afirma Francisca. Até porque o SUS oferece ótimos medicamentos. “Hoje em dia, não ter a asma controlada é, na maioria das vezes, falta de informação”, conclui Bogossian.

Hábitos anticrise
Estratégias para minimizar os sintomas:
Manter a casa limpa
Evite o acúmulo de poeira e pelos. Nesse sentido, tirar o excesso de móveis que acumulam sujeira, como estantes de livros, ajuda
Afastar-se do que gera as crises
Conheça o que dispara os ataques de asma em você. Perfumes com cheiro forte, mofo e pólen estão entre os fatores comuns.
Higienizar o nariz
Lavar as narinas com soro fisiológico hidrata a região e remove as impurezas, o que ajuda no controle da asma.
Fazer atividades físicas
O exercício deixa o pulmão mais forte. Mas a prática exige o acompanhamento profissional, porque certas crises são disparadas pelo esforço físico.
Valorizar ambientes ventilados
Evite locais fechados e com pouca circulação de ar. Em casa, abra as janelas para tirar os alérgenos dos cômodos.
Tomar as vacinas
Infecções como a gripe podem agravar as crises de asma, — e vice-versa. É essencial que a carteira de vacinação esteja em dia.
