Candidíase: para cuidar tem que conhecer

Fiquei assustada quando tive candidíase pela primeira vez, aos 16 anos. Não contei nem pra minha mãe”, relembra a estudante Eduarda Vitória Cândido, hoje com 19 anos. Esse medo a  fez buscar ajuda com uma amiga, que sugeriu um banho de assento – a prática de ficar sentado em uma bacia de água morna ou fria por alguns minutos.

“Algumas receitas caseiras como essa até podem ajudar, mas outras são perigosas”, avalia a ginecologista Ana Paula Avritscher Beck, do Hospital Israelita Albert Einstein. “O ideal é procurar um profissional, até para não adiar o tratamento médico”, alerta.

A candidíase pode provocar desconforto ao urinar, ardência e coceira na região da vulva. Esses e outros sintomas fazem com que as pessoas confundam o quadro com uma IST — o que gera mais constrangimento. 

Embora a candidíase também passe por relações sexuais, ela não é considerada uma IST. Isso porque os fungos que geram a condição muitas vezes já estão no corpo – a doença surge quando eles se multiplicam além da conta, o que pode acontecer por causa de certas doenças ou hábitos como usar roupas íntimas molhadas.

Eduarda voltou a ter o mesmo problema anos depois, o que é comum. Só que, dessa vez, a estudante se abriu com a mãe e buscou apoio profissional, o que ajudou na resolução do quadro.

Em quem tem Vagina

O quadro é mais comum e costuma gerar coceira, ardência, corrimento esbranquiçado e desconforto ao urinar. Medicamentos aplicados dentro da vagina ou ingeridos pela boca ajudam a curar a infecção. E atenção: os anticoncepcionais não interferem no tratamento, então podem ser utilizados normalmente.

Em quem tem pênis

O órgão genital masculino é mais resistente à candidíase, mas não é imune. Quando a doença surge nesse contexto, a pessoa pode apresentar vermelhidão do pênis, dificuldade ao urinar, inchaço, secreção e dor. O médico costuma receitar antifúngicos orais ou cremes.

O que os fungos adoram

• – Usar roupa íntima molhada ou apertada favorece essa doença, porque calor e umidade estimulam a multiplicação de fungos.
• – O diabetes pode comprometer o sistema de defesa do corpo e tornar o organismo mais atrativo para esses microrganismos.
• – Na gestação, a pessoa passa por alterações que facilitam a instalação da candidíase.
• O HIV/aids, quando não tratado direito, deixa o corpo suscetível a diferentes infecções. 
• – Tanto a má higiene quanto o uso de duchas íntimas elevam a chance de candidíase. Água e sabão dão conta do recado.
• – Relações sexuais, principalmente se um dos parceiros estiver com candidíase, ajudam a disseminar o fungo.