

Skate em Paraisópolis: saúde e inclusão
A prática fomenta laços entre jovens da comunidade, mas cuidados são necessários
Em 1989, entidades doaram skates como presente de Natal em Paraisópolis. Foi aí que a modalidade se popularizou no bairro, sempre com uma visão social. Os praticantes da comunidade já familiarizados com esse esporte radical buscavam jovens com problemas na escola ou em casa para ensinar as manobras e, consequentemente, incluí-los socialmente em um grupo. Dessa iniciativa mais informal apareceram vários praticantes e, depois de um tempo, a Escola de Skate Solidário, onde aulas são realizadas em uma quadra poliesportiva – uma pista está por vir.
“O skate é praticado quase sempre entre amigos. Isso gera vínculos fortes”, diz o educador físico Emerson de Oliveira Sena, que é professor de skate na escola. Ele tem 40 anos de idade – 30 dos quais dedicados à modalidade – e é dos instrutores mais elogiados pela forma como integra os jovens. Hoje, Emerson é profissional na categoria master e está inscrito no ranking da Confederação Brasileira de Skate, a CBSK.
Esse esporte beneficia os músculos, o sistema cardiovascular e a saúde mental. Só é necessário tomar cuidado com as lesões – principalmente entre quem está começando a levar a prática a sério. Ao longo de sua vida e de sua carreira, Emerson sofreu diferentes contusões. Em uma ocasião, fraturou e rompeu os ligamentos do tornozelo. “Foram os outros skatistas que estavam no local que me levaram para ser atendido no SUS”, lembra. A recuperação levou quase oito meses.
O ortopedista Rogério Serpone, do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta que muitas das lesões surgem pela exposição a riscos desnecessários e pela falta de medidas de prevenção, como a prática de outros exercícios que preparam o corpo para o skate. “A falta de equipamentos de segurança também é uma grande ameaça”, completa.
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo investigou as diferentes lesões que 148 skatistas amadores e profissionais sofreram – foram 526 no total. De acordo com ele, 63,1%delas ocorreram sem a utilização de equipamentos de segurança (veja as regiões mais afetadas no infográfico abaixo).

Quando a lesão surge
No skate, as lesões variam consideravelmente de gravidade e, como consequência, de tratamento. O uso de gesso pode ser uma opção para fraturas. Ligamentos machucados com frequência pedem imobilização e sessões de fisioterapia. E medicamentos ajudam a controlar a dor e as inflamações.
“Cada lesão vai pedir um cuidado específico, que muda de acordo com o paciente”, ressalta Rogério Serpone. “Mas a utilização de equipamentos de segurança ajuda muito a afastar esses problemas”, diz. Quando não evitam um machucado, esses itens ao menos são capazes de reduzir sua gravidade. Utilize capacete e boa prática!
Escola de Skate Solidário
HORÁRIO
Às quartas, das 9h às 16h
ENDEREÇO
CEU Paraisópolis, na Avenida Hebe Camargo, s/n.
TELEFONE
(11) 3474.1950