

Redes sociais: aliadas ou inimigas da saúde mental?
Queiramos ou não, essas plataformas vieram para ficar. O jeito é aprender a navegar com segurança para se divertir sem correr grandes riscos
Os brasileiros passam mais de dez horas por dia navegando na internet, em geral (incluindo trabalho, leitura de notícias etc.), segundo levantamento de 2022 da empresa Sortlist — só as Filipinas superam nosso país no tempo online. E são três horas e 42 minutos dedicados apenas às redes sociais. Mas sem pânico! Embora o excesso de tela seja prejudicial, o psiquiatra Elton Yoji Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, aponta que as redes sociais têm lados positivos e negativos.
Do lado favorável, destaca-se a possível interação com diferentes pessoas. “Hoje, conseguimos falar com alguém que está fora da cidade ou até do país em segundos”, ressalta Kanomata.
A possibilidade de entrar em contato com mais pessoas de uma maneira ágil é uma ferramenta útil para se conectar com quem tem interesses e gostos semelhantes aos nossos ou para matar a saudade de um amigo ou parente que está distante — o que faz muito bem para nossa saúde mental.
Essas plataformas também serviriam como uma fonte de entretenimento e de informação. Hoje, há perfis especializados em produzir conteúdo em vídeo e texto que podem divertir e ensinar uma variedade de temas em diferentes redes sociais. Mas é preciso ter cuidado com a origem do conteúdo.
Já pelo lado negativo, uma preocupação é a dependência digital. Há quem, por exemplo, desenvolva a nomofobia, uma condição cada vez mais comum, mas que pouca gente conhece, que é caracterizada pela dependência do dispositivo eletrônico. A pessoa que desenvolve a nomofobia tem medo de ficar longe do seu telefone celular ou de não conseguir usá-lo por alguma razão, como a falta de sinal ou de bateria.
confira abaixo algumas dicas para configurar seu celular para a utilização do aparelho de maneira mais saudável:

Quando estão sem o aparelho, as pessoas com o distúrbio podem apresentar sintomas como ansiedade, tremores, sudorese, agitação e desorientação — esses são sinais de que um médico deve ser procurado. Especialistas também orientam que pais fiquem atentos ao surgimento dessas manifestações em crianças para a busca rápida de ajuda.
“Principalmente quando ficamos dependentes das redes sociais, também podemos começar a acreditar em padrões de beleza irreais”, completa Kanomata. Isso, juntamente com o excesso de horas no mundo online, contribui para baixa autoestima e sintomas de ansiedade e depressão.
Para escapar disso, uma estratégia é não seguir perfis que vendem a ideia de um corpo perfeito. Muitas vezes, as imagens exibidas foram manipuladas em aplicativos ou programas de computador para a correção de aspectos que são considerados imperfeições, mas que fazem parte do corpo humano naturalmente.
Quem acompanha perfis assim pode se ver em uma busca impossível por um padrão de beleza inalcançável — e enfrentar a frustração de nunca atingir o objetivo.
Imagens violentas e comentários ofensivos que surjam na tela também têm um impacto negativo sobre a saúde mental de quem usa as redes sociais. Para evitar o problema, é preciso escolher criteriosamente os perfis que são seguidos e denunciar publicações indevidas às plataformas o mais rapidamente possível.
Controlar o tempo gasto na internet, especialmente de crianças e adolescentes, é outro ponto importante. Há aplicativos e recursos nos aparelhos que registram o tempo que uma pessoa passa em cada aplicativo, o que é útil para identificar os excessos.
Com o uso moderado e consciente e a valorização das relações fora do mundo virtual, as redes sociais podem se tornar mais amigáveis.