Reportagens 28.02.2024

Gravidez na adolescência: se ligue para evitar sustos

Diálogo, educação sexual e acesso a anticoncepcionais são importantes para evitar gestações antes da hora

por Maria Clara Souza

Aproximadamente 380 mil casos de gravidez na adolescência foram registrados em 2020 no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. A boa notícia é que esse número está caindo: eram mais de 550 mil em 2010. A má é que a taxa de crianças nascidas de mães entre 15 e 19 anos no país continua 50% acima da média mundial.

A gravidez precoce traz riscos tanto para o bebê quanto para a mãe. “Uma gestação na adolescência favorece diabetes e hipotireoidismo na mãe, e a deficiência nutricional para a criança, entre outras coisas”, diz a médica Lilian Fiorelli, especialista em sexualidade e uroginecologia do Hospital Israelita Albert Einstein.

O tabu sobre a sexualidade e a educação sexual são alguns dos motivos por trás dos números brasileiros. Cleia Guimarães, hoje com 37 anos, é um exemplo. “Eu era muito trancada”, afirma a moradora de Paraisópolis, que engravidou aos 20 anos pela primeira vez — a Organização Mundial da Saúde considera que a gravidez na adolescência se estende dos 10 aos 20 anos. “Tenha uma pessoa para desabafar”, sugere Cleia.

Do ponto de vista social, essa situação dificulta os estudos e a inserção no mercado de trabalho. Como evitar? Antes de tudo, tendo conversas sinceras com os pais — os responsáveis devem dar abertura para os jovens falarem sobre o assunto. Aulas sobre educação sexual e informações sobre contraceptivos são outros pontos importantes. No SUS, há métodos anticoncepcionais gratuitos para as adolescentes. Ter filhos pode ser um sonho — desde que a decisão seja consciente.

Confira abaixo a métodos para evitar a gravidez precoce, suas indicações e cuidados:

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