

Como saber se eu tenho IST?
Informação é o primeiro passo para se proteger das infecções sexualmente transmissíveis
Infecções sexualmente transmissíveis (IST), como o HIV, o HPV e a sífilis, embora bem conhecidas e facilmente preveníveis com o uso da camisinha, ainda representam um risco às pessoas que insistem em não se proteger nas relações sexuais.
IST é o nome recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no lugar de doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Isso porque uma pessoa pode não manifestar sintomas da doença, mas ainda assim infectar outras, daí a importância de fazer os testes e saber se tem ou não alguma infecção.
HIV é o vírus que pode causar a aids, doença que destrói a capacidade do sistema imune de combater infecções, abrindo espaço para o surgimento de outras doenças. Quando alguém é diagnosticado com o vírus, é possível evitar ou atrasar por décadas o aparecimento da aids com o uso de medicamentos, por isso o diagnóstico precoce é fundamental.
Outro risco do sexo desprotegido é o HPV. De acordo com a ginecologista Maite Covas, do Hospital Israelita Albert Einstein, o vírus pode causar cânceres, como o de colo de útero, e abrir espaço para outras infecções, como a clamídia, que pode causar infertilidade. Ele também provoca verrugas na região genital.
A sífilis, por sua vez, costuma se manifestar por meio de feridas indolores na boca ou nos genitais, ou por irritação na pele. Em estágios avançados ela destrói órgãos e tecidos. Ela pode ser transmitida pelo sexo ou de forma congênita — quando a mãe passa para o feto a bactéria que causa a doença, o Treponema pallidum. Nesse caso, é importante que a gestante faça o pré-natal para identificar essa e outras patologias e, caso teste positivo, siga o tratamento — o parceiro deve se tratar também.
Por causa da falta de conhecimento ou pouca percepção de risco, um dos públicos mais vulneráveis às ISTs é o de jovens com menos de 18 anos, segundo Isabelle Nisida, infectologista do Ambulatório de Impulso Sexual (Aisep) da USP. “Mesmo na escola isso é pouco falado. E na família, nem os pais receberam essa educação. Existe o problema do tabu.”
Para ela, é fundamental a divulgação de informação sobre testes e abrir rodas de conversa para troca de conhecimento. Se mais pessoas se protegerem, menos serão infectadas.
Muitas das vezes a pessoa pode ter vergonha ou medo na hora de descobrir se tem ou não IST, mas não é necessário explicar na Unidade Básica de Saúde (UBS) por que quer fazer os testes. “Oferecemos primeiramente os testes rápidos. Logo depois, fazemos uma consulta do paciente com a equipe de enfermagem para que possamos solicitar exames sorológicos, de sangue e outros”, diz Francisco Paiva, enfermeiro da UBS Paraisópolis 2 e especialista em saúde pública. Se confirmada a infecção, o que fazer? Na UBS existe uma equipe capaz de fornecer todas as informações e ofertar o tratamento. “A parte mais importante é o acolhimento ao paciente”, afirma Paiva. Consulte a matéria sobre Saúde em Paraisópolis para saber informações sobre o funcionamento da unidade.
Onde faço os testes?
HIV/AIDS
Embora o tratamento tenha avançado, ainda não há cura para a aids nem um remédio que elimine completamente o HIV do organismo. Mas há remédios eficientes para impedir que o vírus se multiplique, evitando, assim, que ele ataque o sistema imune. Esses medicamentos são chamados de antirretrovirais e estão disponíveis no SUS. Seguindo o tratamento corretamente, o paciente pode ter qualidade de vida e viver décadas sem desenvolver a aids.
HPV
Não existe um remédio específico contra o vírus. apenas uma vacina, que está disponível no sistema público. Se houver infecção, na maioria dos casos o próprio sistema imunológico elimina o HPV. Em caso de aparecimento de verrugas genitais, pode ser necessário tratamento com pomadas, cauterização ou cirurgias. É importante que as mulheres com vida sexual ativa façam periodicamente o papanicolau, exame preventivo que pode identificar se uma eventual infecção por HPV está causando lesões que podem se transformar em câncer.
SÍFILIS
A sífilis pode ser curada com injeção do antibiótico penicilina benzatina. A dose aplicada varia de acordo com o estágio da doença. Entre gestantes, que podem passar a doença para o feto, o tratamento também é com penicilina, medicamento capaz de bloquear a contaminação de mãe para bebê. Também é importante que o tratamento se inicie em até 30 dias antes do parto e que o parceiro também seja tratado – caso contrário, a mulher pode se reinfectar.
Imagens: Freepik