

Quando uma pessoa tem um problema no pulmão, ela provavelmente vai sentir falta de ar ou tossir. Mas e quando há alguma alteração no sistema endócrino, ou seja, com os hormônios? Esses são um pouco mais difíceis de identificar.
Os hormônios são substâncias produzidas pelas glândulas endócrinas, que estão espalhadas pelo corpo. Há a hipófise, que fica na cabeça; a tireóide, no pescoço; as glândulas adrenais, próximas aos rins; o pâncreas, no abdômen.
Depois de produzidos, os hormônios viajam pela circulação até chegar ao que chamamos de órgão-alvo. É como uma chave e sua fechadura: um hormônio sempre se dirige ao receptor de uma célula do órgão-alvo, com o qual se encaixa. E, ali, ele controla algumas funções.
Por exemplo, a tireóide produz dois hormônios, o T3 e o T4, que são vitais para o desenvolvimento de bebês no útero e controlam o metabolismo das pessoas, da infância à vida adulta. Já a insulina, fabricada no pâncreas, ajuda a regular a quantidade de açúcar no sangue. Outros hormônios conhecidos são os sexuais, que coordenam a menstruação e mudanças no corpo, como o crescimento de pelos.
Mas só produzir esses hormônios não basta: é preciso que eles estejam na concentração correta. O excesso ou a falta prejudica diferentes funções. E é aí que está o problema: por executarem diferentes tarefas e agirem em órgãos distintos, os hormônios, quando desregulados, causam sintomas difíceis de serem atribuídos a eles.
Se sua tireóide está produzindo pouco hormônio, você pode se sentir cansado e com a pele seca. Já se você tem diabetes e não produz insulina adequadamente, os sintomas podem ser a sede constante e a necessidade de urinar várias vezes. Ou seja, são sinais abrangentes, ligados a outros problemas também.
Por isso, sempre que perceber algo diferente no corpo, relate ao médico que atende na UBS. Ele consegue identificar se todos os sintomas e exames indicam uma alteração hormonal e, aí, encaminhar a pessoa para um endocrinologista, que é o especialista na área.
A boa notícia é que, para qualquer um dos problemas hormonais, mesmo para os mais raros, o SUS fornece tratamento.